Amar com a alma é o suicídio mais humano
O mais profundo do abismo que chamamos de amor, é a alma.
Eu costumo sentir que sou a pessoa que mais experimenta a dualidade da frieza e do sentimentalismo. Sabe quando alguém pergunta: “mas o que você viu nele?”
E não sabe o que responder? Eu descobri recentemente.
Eu me vi nele.
Antes de tudo, preciso deixar algo bem claro: este texto não é só sobre romance. Não é sobre casais, declarações ou finais felizes.
É sobre a energia que existe entre almas, sobre o tipo de amor que não se explica com palavras, nem se limita a um “eu te amo”. O amor que falo aqui é aquele que atravessa vidas, que reconhece o outro sem entender como.
~ A gente chama de coincidência e a espiritualidade chama de propósito.
Segundo a espiritualidade, o encontro de almas é um momento sagrado, sem acasos, apenas reencontros. Duas almas que já se cruzaram em outras existências se encontram de novo aqui, agora.
Uma vez eu me questionei como eu poderia não gostar mais de alguém, e mesmo assim sentir que continuo amando a pessoa, com o tempo pude perceber que amar com a alma é isso. É sentir que o outro faz parte de você, mesmo sem saber explicar por quê, é passar tempos sem conversar e quando isso acontece de novo, continuar sentindo que essa pessoa ainda te conhece inteiramente, que vocês ainda se reconhecem na primeira piada sem graça que algum solta, e o outro ri. Essa é a ligação que eu quero conversar aqui, a que vai além do corpo, a que não se ensina, se reconhece.
E podem ter certeza que eu não estou romantizando o amor com a alma, por que a minha experiencia foi destrutiva, exige uma entrega completa e cada amor que sai da sua vida leva um pedacinho de você, que nunca mais será recuperado. E é aí que está o “suicídio”, não da vida, mas do ego, você morre por dentro um pouco cada vez que escuta que ele ficou com alguém, cada vez que ele passa por você e não fala mais, quando há um tempo vocês costumavam ter as conversas mais profundas possíveis.
Como você pode deixar alguém que tocou sua alma passar por você e fingir que nada nunca aconteceu?
~ Minha experiência
Me aconteceu uma vez o que o capitalismo chama de “primeiro amor” só pra vender a ideia da terapia de forma mais lúdica, mas pra mim, foi uma das experiências mais espirituais que já vivi. ( e eu nem tô brincando.)
Sabe quando alguém entra na sua vida e tudo ao redor parece começar a te contar uma história que você ainda não entendeu? Como se o universo estivesse rindo, dizendo “tá vendo, eu avisei”? Foi exatamente isso.
Do nada, comecei a ver fotos antigas em que ele estava lá, no fundo, como se o destino estivesse tentando me mostrar: “olha, ele sempre esteve aqui, só esperava o momento certo”. Comecei a lembrar de esbarrões, de lugares em comum, de momentos pequenos que, na época, pareciam nada, e hoje parecem sinais, foi como se minha alma já soubesse antes de mim
. Como se ela tivesse esperado por esse reencontro por vidas, e me permitindo ser bem sentimental aqui, mas quando aconteceu, tudo fez sentido.
E eu sei que pode parecer exagero pra quem nunca sentiu, mas quem já viveu esse tipo de conexão entende do que eu tô falando. Por isso, quando falo sobre encontros de alma, eu falo com propriedade, porque eu senti.
E quando a alma sente, ela nunca esquece.
E é isso, amar com a alma é o suicídio mais humano porque é o ato mais corajoso que existe, é saber que isso vai acabar com você quando chegar ao fim, e mesmo assim falar fodase. Porque quando a alma ama, ela marca, e não importa quanto tempo passe, a gente nunca esquece.
A verdade é que amar com a alma não é para qualquer um. É pra quem tem coragem de sentir de verdade. Pra quem entende que amar é mais sobre dar do que receber. E que, mesmo quando não dá certo do jeito que a gente esperava, ainda assim valeu a pena.
Porque amar com a alma é viver o amor no seu estado mais puro, mais verdadeiro, mais vulnerável, e mesmo que doa, mesmo que deixe marcas, mesmo que algo dentro de nós morra no processo, o que nasce depois disso é sempre mais humano, mais vivo.
É isso aqui: Porque quando a alma ama, ela marca, e não importa quanto tempo passe, a gente nunca esquece. E acontece mais de uma vez, em mais de um contexto, e o que nos resta é uma linda coleção de alma <3
eu nao sabia descrever quando senti o amor dessa forma, essse texto foi a melhor coisa que eu li essa semana